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Critica – Hellraiser – Renascido do Inferno

Poster for the movie "Hellraiser - Renascido do Inferno"

Hellraiser – Renascido do Inferno (O inferno na Terra)

Não imagino o que se passou pela cabeça de Clive Baker quando o livro “Hellbound Heart”. Livro publicado em novembro de 1986.

“Frank estava tão compenetrado em resolver o quebra-cabeça da caixa de Lemarchand, que não escutou o grande sino começar a tocar” – Clive Baker.

Esta frase está na primeira página do livro citado e também é o sentimento passado para nós nos primeiros minutos do longa também dirigido por Baker. Hellraiser lançado em 1987 la fora e aqui no Brasil em 1990, e conta uma história recheada de horror, desejo e desespero.

A historia começa com Frank (Sean Chapman) um homem que já cansado da vida pervertida que leva encontra a caixa de Lemarchand, “que sempre pertenceu a ele”, a ultima fonte de prazer possível para alguém do seu tipo.

De acordo com o livro Hellbound Heart:

“o dispositivo havia sido construído por um mestre artesão e a charada era a seguinte: embora lhe tenha sido dito que a caixa continha maravilhas, simplesmente parecia não haver forma de abri-la, nenhuma pista em nenhuma das suas seis faces pretas envernizadas com laca de onde ficavam os pontos de pressão que desencaixaria alguma peça daquele enigma tridimensional”

Frank após vários dias tem sucesso e consegue abrir a caixa. E o que se revela é um mundo que para alguns pode significar desejo e para outros pesadelo. Inúmeras correntes se revelam e Frank e dolorosamente despedaçado.

Na sequência Larry (Andrew Robinson) e Julia (Clare Higgins), irmão e ex amante de Frank respectivamente.

Os dois estão se mudando para a casa da família dos irmãos a muito tempo desabitada.

Durante o reconhecimento da casa os dois percebem que Frank esteve por lá. Suas coisas estão todas espalhadas pelo local, a cozinha mostra que a muito tempo. É neste momento que descobrimos a relação entre Frank e Julia.

Muitos dizem que Hellraiser tem várias falhas de roteiro e tem mesmo, mas considerando o universo em que esta inserido que diferença isso faz?

Eu já fiquei e ainda fico maravilhado com esse universo que foi criado, não me importa saber como Frank obteve informações sobre a caixa, ou de como Larry decide se mudar para sua antiga casa sem ter feito uma vistoria antes.

Para mim importa pouco. Muitas vezes queremos todas as pontas do roteiro fechadas e mastigadas para nós, para que isso?

Ao longo do filme conhecemos Kirsty (Ashley Laurence) filha de Larry de outro casamento, que tem a função no filme de desvendar o mistério entre Frank, Julia e a caixa.

Durante a movimentação da mudança para a nova casa Larry se machuca e esse ferimento que parece estar drenando muito sangue do mocinho, apesar de ser somente um corte na mão, é o responsável por trazer de volta Frank que estava sendo torturado desde então no mundo dos famosos Cenobitas.

Porém Frank ainda não está totalmente recuperado neste plano físico, o sangue derramado por Larry foi suficiente somente para trazer um pouco de seu corpo.

(Acho que todos que gostam de cinema, terror ou não, deveriam assistir a cena do renascimento de Frank).

Por algum motivo que ainda não entendi Julia encontra Frank no porem onde foi trazido de volta, e após negar ajuda a ele e relembrar o passado que tiveram juntos resolve levar vitimas para que Frank possa sugar o sangue delas e se recuperar totalmente.

Hellraiser é um filme que trata de luxúria, desejo, irá, prazer, escolhas e visões de mundo de uma forma bem grosseira e direta. O Cenobitas, que na própria definição do líder: eles são “anjos para uns, demônios para outros”.

Somente aqueles que tem acesso a caixa e muita vontade em abri-la é que poderão ter acesso aos prazeres oferecidos pelos Cenobitas. Logo, tudo que possa acontecer a essas pessoas é fruto de seus desejos.

Algumas vezes algumas mensagens são podem ser transmitidas através do terror. E colocar pessoas vestidas de preto, visivelmente em sofrimento continuo que parece não afeta-los muito é uma otima forma de criticar o custo pago por aqueles que são escravos da própria vaidade.

Não imagino o que se passou na cabeça de Clive Baker quando ele escreveu Hellbound Heart e adaptou para o cinema. Mas isso é o que passou pela minha cabeça quando assisti ao filme.

Inté!

 

 

 

 

 

 

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